Redes sociais: dor de cabeça para as empresas?
- Jabuticaba Conteúdo
- 6 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de jun.
Dos muitos desafios que o RH tem pela frente, o uso indevido dessas plataformas pelos colaboradores pode se transformar em um problema daqueles. Para prevenir, é preciso treinar o time

Vamos combinar que, no mundo atual, separar trabalho e redes sociais é uma missão praticamente impossível - remar contra elas, então, nem se fala. Segundo o relatório Digital Brazil 2024, publicado pela plataforma Data Reportal de análise de dados digitais globais, mais de 86% dos brasileiros estão conectados à internet - desses, cerca de 2/3 fazem uso de redes sociais e passam mais de 9 horas por dia online.
Com tanta gente conectada, é ingenuidade achar que o ambiente corporativo está imune. Afinal, as pessoas costumam postar o que acontece em seu dia a dia - e isso, algumas vezes, inclui informações que não deveriam sair da empresa, postagens com opiniões políticas e comentários polêmicos. E isso, claro, pode provocar muitos estragos, crises reputacionais e demissão por justa causa do autor dos posts, para citar duas situações. Veja alguns exemplos ocorridos aqui no Brasil:
Em 2023, uma funcionária do Ministério da Igualdade Racial foi demitida após criticar publicamente a torcida de um clube de futebol em suas redes sociais. O ministério alegou que a postura da funcionária estava em desalinhamento com os valores da instituição;
Em 2024, uma funcionária de um supermercado em Juiz de Fora (MG) foi demitida por justa causa após difamar a empresa onde trabalhava no LinkedIn. Ela chegou a recorrer à Justiça para tentar reverter a demissão e receber indenização, mas o desembargador que avaliou o caso considerou correta a aplicação da justa causa;
Em 2018, um funcionário da Latam foi demitido após aparecer em um vídeo constrangendo mulheres durante a Copa do Mundo na Rússia. O caso gerou repercussão e mostrou que comportamentos inadequados nas redes sociais, mesmo fora do ambiente de trabalho, podem resultar em demissão;
Em 2010, um executivo da Locaweb foi demitido por falar mal do time de futebol patrocinado pela empresa nas redes sociais.
Outro exemplo recente aconteceu nos Estados Unidos. O ex-gerente de programas da Tesla Matthew LaBrot teve seu contrato rescindido em maio de 2025 depois de criticar abertamente Elon Musk em sua conta no LinkedIn. LaBrot afirmou que a liderança de Musk estava prejudicando a companhia e também fez comentários pouco elogiosos à participação do CEO da Tesla no governo Trump. LaBrot perdeu o emprego, mas não fechou a boca - chegou a dar entrevistas sobre o caso, declarando que sua demissão não teve relação com seu desempenho, mas, sim, com sua postura pública crítica.
O que temos para hoje
Como prega a sabedoria popular, o negócio é manter os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda. Cientes de que estão diante do inevitável, muitas organizações estimulam o uso de redes sociais pelos colaboradores. Ano passado, a pesquisa Lugares Incríveis para Trabalhar, realizada pela FIA Business School e publicada pelo Estadão, indicou que quase metade das 150 empresas premiadas incentiva os funcionários a criar grupos e comunidades em ferramentas públicas.
Na outra ponta estão as redes sociais internas que, em tese, são um ambiente mais seguro para o tráfego de informações. Elas também aparecem no levantamento da FIA: 61% das 150 empresas que receberam o prêmio declararam possuir esse tipo de recurso.
"Apesar de já serem usadas em várias empresas, as redes corporativas ainda têm bastante espaço para crescer. Mas é preciso considerar que muitas pessoas ainda preferem acessar plataformas públicas como o WhatsApp, por exemplo" Lina Nakata, uma das coordenadoras da pesquisa Lugares Incríveis para Trabalhar
Orientar, sim - censurar, jamais
Já que o cenário é esse e, que, pelo jeito, as redes sociais vão continuar no ar - só resta às empresas recorrer à maneira mais efetiva de proteção, ou seja, treinamento. Para isso, o ideal é agir nestas três frentes:
elaborar uma política clara de conduta, mostrando o que é esperado de cada um em relação à utilização das redes;
treinar os colaboradores em ética digital e responsabilidade online;
criar uma cultura de confiança, abrindo espaço para esclarecimento de dúvidas e conversas francas.
O objetivo é que todos entendam os limites e se sintam respeitados. Ou seja, a empresa protege sua reputação sem interferir na liberdade de expressão dos seus colaboradores.
Conte com a parceria da Jabuticaba Conteúdo, já que, nesse tipo de iniciativa, existe uma linha tênue que separa regras corporativas e repressão. É ter cuidado com o tom das mensagens, porque a ideia é que a empresa proteja sua reputação sem interferir na liberdade de expressão de seus colaboradores.
Temos 16 anos de experiência em produzir conteúdos corporativos nos mais variados formatos (vídeo, animação, livro, relatório, treinamento). A gente sabe que, em se tratando de comunicados internos, mais do que informar, é preciso engajar o time.


