Desinformação é uma ameaça global maior do que a dos eventos climáticos extremos
- Jabuticaba Conteúdo
- 2 de mai.
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Atualizado: 7 de mai.
Esse é uma das conclusões do Relatório Global de Riscos 2025 elaborado pelo Fórum Econômico Mundial

Você sabia que a desinformação já é considerada um dos maiores desafios que o mundo vai enfrentar no curto prazo? Essa é uma das conclusões Relatório de Riscos Globais 2025 elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). Segundo o levantamento, em dois anos, a desinformação vai representar uma ameaça global maior do que a dos eventos climáticos extremos, dos conflitos armados e da polarização social. Ao lado da disseminação intencional de informações incorretas (desinformação), a chamada misinformation, que é fazer o mesmo, só que sem intenção, também ocupa o topo da lista.
Plataformas digitais como Facebook, YouTube, X (o antigo Twitter), Instagram e TikTok utilizam algoritmos que muitas vezes selecionam conteúdos sensacionalistas, polarizadores e com apelo emocional. Esses algoritmos não priorizam a veracidade das informações, mas, sim, o engajamento, ou seja, conteúdos com mais chance de gerar curtidas, comentários e compartilhamentos. Esse é o contexto das chamadas bolhas de informação: ambientes em que a gente só tem contato com conteúdo que reforça nossas crenças, valores e preferências, sem abordagens divergentes. O WhatsApp, por sua vez, não utiliza algoritmos para ranquear conteúdo, mas a maneira como as mensagens se espalham nos grupos e nas listas de transmissão segue padrões que podem ser identificados e utilizados por pessoas interessadas em disseminar desinformação.
Os algoritmos personalizam o que vemos de acordo com o nosso histórico de cliques, com as pessoas com quem interagimos e com os conteúdos que consumimos com mais frequência. É mais ou menos como estar em uma sala cheia de espelhos onde só se enxerga a própria imagem.
Essa lógica vem causando muitos estragos. Um exemplo é o que aconteceu ano passado nas eleições presidenciais dos EUA. Segundo as agências de inteligência do país, a desinformação esteve presente no pleito presidencial em uma escala sem precedentes.
Também não dá para desconsiderar o avanço de ferramentas de inteligência artificial como ChatGPT, Bing Chat ou DeepSeek. Essas IAs não “sabem” as coisas, como muitos acreditam, mas criam respostas com base em padrões estatísticos — e isso, muitas vezes, pode incluir dados incorretos.
Leis mais rígidas e senso crítico
Isso, claro, gera um clima de desconfiança em relação ao que circula na rede. Foi o que mostrou o Digital News Report 2024 do Reuters Institute for the Study of Journalism. Segundo o levantamento, 59% entrevistados declararam estar preocupados com o que é real e o que é falso na internet.
Uma das saídas possíveis para barrar o avanço da desinformação é criar leis mais rigorosas que responsabilizem judicialmente quem lucra ou se beneficia politicamente com elas. Outra arma importante é investir em alfabetização digital para que as pessoas desenvolvam pensamento crítico, aprendam a identificar fontes confiáveis de informação, a perceber manipulações, e, muito importante, a ter responsabilidade ao criar e compartilhar conteúdos digitais.


