Degrau quebrado: prejuízo para a carreira das mulheres e para a diversidade nas empresas
- Jabuticaba Conteúdo
- 14 de ago.
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Além do telhado de vidro, alguns percalços no início da vida profissional podem comprometer todo o resto. Elas têm como virar o jogo, mas precisam de uma boa liderança para fazer isso

Para as mulheres, a ascensão profissional costuma ser uma verdadeira corrida de obstáculos: quando não é o chamado "telhado de vidro", metáfora criada para a barreira invisível que as impede de alcançar os níveis mais altos da hierarquia da empresa, elas são barradas pelo "degrau quebrado" que atrasa sua evolução na carreira.
"Degrau quebrado" é a denominação usada pela consultoria americana McKinsey para os obstáculos que as mulheres enfrentam no início da vida profissional. Segundo o relatório Women in the Workplace 2024, em cada 100 homens promovidos para as primeiras funções gerenciais, apenas 81 mulheres conseguiram o mesmo. Entre as mulheres brancas, a proporção é de 89 para 100, e, entre as profissionais negras, de 54 para 100. E a desigualdade não para por aí: enquanto os homens sobem, em média, quatro degraus ao longo da carreira, as mulheres completam metade disso.
Depois de passar mais de uma década estudando trajetórias profissionais femininas, Kweilin Ellingrud, Lareina Yee e María del Mar Martínez, três sócias sêniores da McKinsey, resolveram colocar suas conclusões em The Broken Rung - When the Career Ladder Breaks for Women--And How They Can Succeed in Spite of It (O degrau quebrado - quando a escada da carreira quebra para as mulheres, e como elas podem ter sucesso apesar disso, em tradução livre). Entre outras conclusões, as autoras constataram que a bagagem de uma pessoa no primeiro dia de sua vida profissional (talento e diplomas incluídos) responde por cerca de metade do que ela irá ganhar na vida. A experiência é a responsável pela outra metade e, nesse caso, estamos falando do conhecimento, das habilidades, da sabedoria e do networking conquistados ao longo da carreira.
O xis da questão é que, por diversos motivos, os homens conseguem acumular mais “capital de experiência” do que as mulheres. A boa notícia é que elas podem virar esse jogo. No livro, as autoras indicam cinco estratégias para pular o degrau quebrado e seguir carreira acima.
1. Escolha a empresa certa e não só o emprego certo
A primeira organização em que você trabalha tem um grande impacto em sua vida profissional. Por isso, mais do que se preocupar com o cargo, observe se a empresa investe no desenvolvimento de seus colaboradores. Segundo as executivas da McKinsey, os cinco primeiros anos de trabalho em empresas com essa característica determinam, em média, 50% de variação no capital de experiência.
2. Faça mudanças inteligentes Mudar de setor, de função ou até de profissão pode ser o empurrão que faltava para aumentar seu capital de experiência. O negócio é assumir desafios que exigem novas habilidades e que aproveitem o que você já construiu. Acionar o network para fazer essas movimentações profissionais ajuda bastante, e não se esqueça dos seus soft skills, já que pelo menos quatro das vinte habilidades exigidas para ocupar algumas posições estão nessa categoria.
3. Ative o modo “turbo” Posições de liderança, especialmente as que envolvem responsabilidade sobre lucros e perdas, multiplicam seu capital de experiência. Mas não basta estar pronta: é preciso ser reconhecida — e se reconhecer — como líder. Muitas mulheres ainda veem colegas levando crédito por suas ideias e sendo promovidos, o que mina sua autoconfiança. Lembre-se: a liderança feminina é cada vez mais valorizada, especialmente por priorizar a inclusão e o bem-estar da equipe.
4. Mire nas melhores oportunidades Algumas áreas onde as mulheres são maioria — caso de atendimento, vendas e suporte administrativo — estão entre as mais afetadas pela automação e pela IA generativa. Por isso, a requalificação é urgente. Setores como saúde e STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática, na tradução para o português) oferecem mais futuro. Trocar um salário estável em um setor em declínio por uma aposta promissora em outra área pode ser uma boa estratégia.
5. Seja tech, não importa o que você faz Atualmente, as chamadas tech skills são valorizadas em todas as funções, setores e em diversos momentos da carreira. Elas mostram sua capacidade para usar softwares, analisar dados e avaliar a segurança da informação. Mas você não precisa ser programadora para ganhar essa vantagem competitiva. O aprendizado prático pode compensar eventuais deficiências acadêmicas nessa área. Ter tech skills torna a profissional mais competitiva, capaz de contribuir para a inovação, a automação e a eficiência dentro das empresas. Por isso, reserve ao menos 10% do seu tempo de trabalho para desenvolver essas habilidades — seu “eu do futuro” vai agradecer.
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Se a sua empresa leva a sério as práticas ESG, diversidade e inclusão não podem ficar só no discurso. Afinal, o degrau quebrado pode frear o crescimento profissional das suas colaboradoras, o que não é nada bom para o negócio. O caminho para mudar isso começa dentro de casa, com uma comunicação interna forte e lideranças preparadas para orientar, apoiar e abrir caminhos. A Jabuticaba pode ajudar a sua empresa a dar esse passo: criamos vídeos, folders e outros materiais estratégicos para capacitar gestores a serem verdadeiros aliados no avanço profissional das mulheres. O resultado? Um time mais diverso, motivado e produtivo.


