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Carreira feita para durar além dos 50

Pesquisadora da USP garante que é possível prolongar a vida profissional. Para isso, você precisa investir em autoconhecimento, em competências contemporâneas e no networking

Eveline Iannarelli Prado: quatro anos de pesquisa para descobrir o que ajuda a prolongar a carreira
Eveline Iannarelli Prado: quatro anos de pesquisa para descobrir o que ajuda a prolongar a carreira

Você já parou para pensar como o aumento da longevidade está mexendo com tudo — com a aposentadoria, com a economia, e também com a nossa vida profissional? É isso mesmo: viver mais significa que vamos trabalhar por mais tempo, por vontade ou por necessidade. Precisamos nos preparar para 50, 60 anos de vida ativa, durante os quais vamos passar por vários ciclos de carreira. Mas como fazer isso?


Para saber a resposta, entrevistamos a professora e pesquisadora Eveline Iannarelli Prado, que trabalha com aconselhamento profissional em processos de recolocação de executivos, e que acaba de defender uma tese de doutorado na FEA-USP sobre estratégias para prolongar a carreira depois dos 50. (Ela também está em uma coluna recente 50+Vida & Trabalho, escrita por Maria Tereza Gomes, fundadora e CEO da Jabuticaba Conteúdo, para a revista Época Negócios).

Eveline contou que, durante a pandemia, se deu conta de que a maioria de seus clientes tinha mais de 50 anos, ou seja, eram os profissionais dessa faixa etária que as empresas estavam demitindo. Ela notou também que grande parte das pessoas atendidas não estava preparada para ter uma carreira por mais 10, 20 ou 30 anos, o que é cada vez mais comum hoje em dia.

Eveline, então, mergulhou nas pesquisas para o doutorado em gestão de pessoas. Em sua tese, ela concluiu que, sim, é possível continuar com uma bela carreira depois da meia-idade. Óbvio que isso não vem de graça, pois, além de autoconhecimento, é necessário adquirir novas competências e investir na rede de relacionamentos. Veja aqui essas e outras conclusões que Eveline apurou em seu estudo.


O outro lado do sucesso

Antes de qualquer coisa, vale pontuar que entrevistei pessoas com alta escolaridade e alta renda familiar, ou seja, minha pesquisa foi feita com uma parcela muito específica da população. Vários entrevistados afirmaram ter alcançado o sucesso subjetivo, ou seja, o sucesso que não depende de parâmetros externos, e que se baseia em valores, objetivos, aspirações e no contexto individual. Essas pessoas disseram ter prazer no trabalho, gostar de executar tarefas, de enfrentar desafios e de superar obstáculos. Também ouvi relatos de quem continua trabalhando para garantir uma boa situação financeira para os filhos e os netos. 


Perder, ganhar e compensar

Até bem pouco tempo, envelhecer era sinônimo de declínio físico e mental. Acontece que as coisas mudaram e, como as pessoas estão vivendo mais, essa se tornou uma fase em que é possível realizar muitas coisas. Há perdas, claro, mas há ganhos também.

"Com a carreira, o raciocínio é o mesmo: precisamos entender o que estamos perdendo e o que estamos ganhando, e fazer as compensações necessárias para equilibrar o jogo. Por exemplo: com os anos, a gente aprende a lidar melhor com as emoções, o que, eventualmente, pode compensar a perda da disposição física", Eveline Iannarelli Prado

Uma nova realidade Durante o meu estudo, percebi que as pessoas interessadas em prolongar a carreira estão fazendo alguns movimentos. O primeiro é reduzir o ritmo de trabalho. Elas também se preocupam em se manter atualizadas em relação às novas tecnologias, e alinhar o estilo de vida ao orçamento, fazendo escolhas e abrindo mão de algumas coisas. No geral, encontrei profissionais bem-sucedidos depois dos 50 anos, pessoas que não têm receio de se reinventar e de encontrar novos significados para o trabalho.


O que emperra a trajetória profissional dos 50+

O etarismo me pareceu ser uma barreira importante, pois provoca insegurança em relação à capacidade de alguém se manter profissionalmente ativo.


"Outra questão é a atualização tecnológica. Esse é um ponto crítico, não só porque melhora o currículo, mas porque permite que a pessoa avalie o impacto das inovações tecnológicas no formato e na relevância do trabalho que realiza", Eveline Iannarelli Prado

Tudo vai mudar, com certeza

A vida profissional é feita de ciclos e, para ir de um para outro com tranquilidade, é preciso ter consciência de seus valores e necessidades. E, a partir disso, desenvolver as habilidades e as competências necessárias para encarar as mudanças. Fortalecer o networking também é  fundamental – principalmente nessa etapa da vida. Assim, quem tem uma boa rede de relacionamentos deve mantê-la ativa, e quem não tem precisa se dedicar a construí-la o quanto antes. 


Quando a cabeça não pensa, a carreira padece

Eu trabalho com aconselhamento de carreira há mais de uma década e vejo muitos profissionais 50+ que não estão preparados para novos ciclos profissionais. Esse é um planejamento que deve ser feito antes – aos 40 anos, por exemplo, que costuma ser o auge da carreira. Mas o que acontece normalmente é que as pessoas acreditam que o sucesso profissional vai durar para sempre  – o que não é verdade. Por isso, é preciso se preparar com antecedência para o que vem pela frente. Assim, quando chegar a hora, a pessoa terá condições de fazer escolhas melhores.


 
 
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