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7 maneiras de efetivamente comunicar sobre direitos humanos

Atualizado: 11 de jun.

A comunicação corporativa atual traz uma série de desafios para os profissionais da área. Os temas se tornaram mais complexos, o tempo mais curto e o escrutínio público, uma realidade. Um dos assuntos que entraram na pauta é Direitos Humanos. Mas como tratar este assunto de maneira a engajar a audiência para a causa?



Baseado em manual publicado pela Agency for Fundamental Rights (FRA), da União Europeia, listamos abaixo algumas recomendações para que sua comunicação seja verdadeira e alcance os objetivos desejados. Mas a FRA alerta: "Fazer isso direito é mais fácil se você tiver um equipe de comunicação verdadeiramente diversificada – não apenas em termos étnicos, culturais ou de gênero , mas também em termos de educação, origem, idade e classe social.


  1. CONTE UMA HISTÓRIA HUMANA - O ser humano é movido mais pelas emoções do que pela razão. As histórias pessoais nos aproximam, as estatísticas, nos afastam. Mostre o humano por trás das evidências. Apresente histórias que exemplifiquem as evidencias. Dê um rosto (ou uma voz) a posições jurídicas e estatísticas. Por exemplo, uma vítima descrevendo o trauma de um abuso racial vai apresentar seu ponto de vista de forma mais eficaz do que uma estatística sobre a proporção de pessoas afetadas por crimes de ódio.

Use depoimentos anônimos apenas se não tiver consentimento para mostrar a imagem e a voz da personagem.
Mesmo que os números sejam sua especialidade, procure humanizá-los.


2. IDENTIFIQUE PROBLEMAS COLETIVOS - O objetivo da sua comunicação tem que ser o de mobilizar e sensibilizar o maior numero possível de pessoas. Por isso, procure relacionar sua mensagem às suas experiências do dia a dia, especialmente se estiver trabalhando questões que afetam as minorias. Em vez de focar nos direitos das minorias, procure falar sobre questões sociais, econômicas e culturais da maioria da população. Assim, você consegue construir um apoio mais amplo aos direitos humanos.


Não desperdice energia com quem não quer ser persuadido. Invista naqueles 40% que não são nem contra e nem a favor dos direitos humanos.
Ouça aqueles que você espera persuadir. As redes sociais tornam essa tarefa fácil e barata.

3. ACIONE OS VALORES FUNDAMENTAIS DAS PESSOAS - O que realmente importa para aqueles que você deseja impactar? O trabalho de identificar os valores compartilhados entre a sua causa e a audiência é difícil, mas é possível. Exemplos de valores: respeito, gentileza, família, amigos, coragem etc.


Encontre valores capazes de unir em vez de dividir, que possam ser expressos como "nós".

Um exemplo disso pode ser visto no projeto "Similaridades" que a Jabuticaba Conteúdo produziu para a Gerdau em 2019 e que foi ganhador do Prêmio Aberje de Melhor Mídia Audiovisual de 2020. Para falar sobre diversidade, destacamos o que nos une, não o que nos separa. E o que nos une, escreveu o antropólogo Joseph Campbell ao falar sobre heróis, são impulsos universais como os de ser compreendido, de liberdade, de se expressar, de consertar o que está errado, de sobreviver e de ter êxito.  Assista ao vídeo principal abaixo.



4. RESUMA UMA LONGA HISTÓRIA - O mais curto dá mais trabalho, mas é sempre melhor. Simplifique. Nossa capacidade de atenção está ficando mais curta a cada

dia. Seja tão breve quanto seu material permitir. Só que atenção: menos nem sempre é mais. Vídeos de alguns segundos nas redes sociais podem receber muitos likes, mas se você deseja engajamento, dê um pouco mais de conteúdo. Em outras palavras, não deixe o cronômetro impedir você de levar uma mensagem com significado. Se o conteúdo for realmente longo, faça resumos destacando as informações mais cativantes (no projeto da Gerdau, mencionado acima, foram produzidos vídeos de um minuto para cada um dos entrevistados). A síntese exige mais esforço. Como alertou o filósofo francês Blaise Pascal, "Se escrevi esta carta tão longa, foi porque não tive tempo de fazê-la mais curta".


Seu vídeo deve ter o tempo que o conteúdo merece.
Use palavras que não precisam de explicação. Evite jargões e termos abstratos. O simples é sempre mais elegante.

5. USE O PODER DA IMAGEM - As imagens falam por si! Em qualquer lugar possível, use fotos, gráficos, infográficos e vídeos. As imagens transmitem mensagens de forma sucinta e desencadeiam emoções. Sua comunicação será mais atraente se você abraçar o poder da imagem.

A imagem do cavalo caramelo sobre um telhado durante as enchentes no Rio Grande do Sul emocionou os brasileiros. Aquela imagem diz muito sobre essa terrível tragédia que se abateu sobre o estado, mas também trazia uma mensagem de força, resiliência e sobrevivência.

Mesmo on-line, os números podem desencadear interesse quando apresentados em um infográfico. Comunicação visual atraente, no entanto, exige qualidade. Fotos pouco profissionais e vídeos captados no celular só servem na emergência.


Não use imagens que infantilize o tema ou crie estereótipos. Se vai falar de etarismo, por exemplo, evite a foto dos velhinhos sentados numa cadeira de rodas.

6. SEJA OTIMISTA - Sem perder o olhar crítico, prefira mensagens positivas. Elas ajudam a ampliar o debate e a inspirar positivamente a imaginação pública. Insistir no negativo pode ser contraproducente porque deixa as pessoas sem esperança e frustradas. Encontre uma história de sucesso para enfatizar. E dê às pessoas uma visão de futuro compartilhada.

Mude sua configuração padrão do negativo para o positivo.
Não cite seus oponentes - a não ser que seja estratégico.

7. USE UMA VOZ AUTÊNTICA - Escolha um porta-voz para sua mensagem que tenha voz própria, que saiba falar com suas palavras sobre o tema a ser comunicado. Lembre-se que o público desconfia de instituições, organizações e especialistas. Selecione com cuidado um mensageira que as pessoas que atualmente estão fora da fora da sua bolha possam/queiram confiar. Sempre que possível, deixe as vítimas de violações de direitos humanos falarem por eles mesmos.


Construa uma comunidade de pessoas relevantes fora da sua bolha - mídias sociais, influenciadores ou ONGs - que possam apoiar a sua causa.
Pense localmente. A notícia do vizinho é sempre mais relevante.

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