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Livro "O Equilibrista" conta a trajetória de um dos CEOs mais celebrados do país

Manoel Horácio teve a assessoria da Jabuticaba Conteúdo para contar sua jornada desde o menino que começou a trabalhar aos 7 anos até o comando de grandes empresas.


Durante décadas, o nome de Manoel Horácio, 76, esteve nas listas dos executivos mais disputados pelos headhunters, embora todos os seus empregos tenham sido conseguidos graças ao networking. Horácio construiu fama como reestruturador de negócios problemáticos, como Sharp e Telemar, mas com estilo leve de gestão, em que usava poesias de Fernando Pessoa e Fernando Sabino nas conversas com os funcionários. Em sua sala de trabalho, os visitantes eram recebidos ao som de música clássica. Na vida pessoal, conseguiu equilibrar a carreira acelerada com o casamento iniciado em 1969 e o cuidado com os dois filhos.

Capa do livro, publicado pela Almedina


Para ajudá-lo a contar essa trajetória de menino pobre que se tornou um dos executivos mais admirados e bem-pagos do país, Manoel Horário contratou a Jabuticaba Conteúdo, produtora com sede em São Paulo. O livro mistura experiências pessoais do autor com acontecimentos da história econômica nacional. Horácio foi um dos protagonistas, por exemplo, do processo de privatização do setor de telecomunicações, no final do século passado e início deste.


Em 268 páginas, Horácio escreve sobre as competências que o tornaram famoso, como liderança, reengenharia e gestão participativa, mas também resgata a memória de seus pais, imigrantes portugueses que vieram tentar a vida no Brasil quando os três filhos eram pequenos. Para ajudar nas despesas da casa, aos 7 anos Horácio já vendia flores nas ruas de São Paulo. Ele só parou de trabalhar recentemente, quando se desligou de seu último conselho de administração. Há alguns anos, diagnosticado com Mal de Parkinson, precisou reduzir o ritmo de trabalho, mas não os jogos de tênis e as pedaladas de bicicleta pela cidade.


“Este é mais um projeto que nos enche de orgulho aqui na Jabuticaba. Afinal, a nossa missão é contar histórias de quem faz a diferença. E o Manoel Horácio fez muita diferença nas empresas por onde passou, impactando para melhor a vida de milhares de pessoas”, diz a jornalista Maria Tereza Gomes, CEO e diretora de conteúdo da Jabuticaba. Entre as primeiras entrevistas e a impressão do livro pela editora portuguesa Almedina, o projeto demorou dois anos e meio e foi liderado por Maria Tereza. “Além de muitas entrevistas com o autor, mergulhei em seu arquivo pessoal, que possui centenas de documentos e recortes de reportagens em jornais e revistas”, diz. “O Horácio é um caso raro de executivo que teve sua vida profissional acompanhada pela imprensa. Está tudo registrado, tanto os momentos de sucesso quanto os de fracasso, que são contados no livro com a mesma simplicidade e coragem.” Na foto acima, o autor encena "o equilibrista" para o fotógrafo Raul Júnior em sessão no Estúdio Jabuticaba.


Pela primeira vez, Horácio fala da demissão da Telemar, uma das mais rumorosas do país

É claro que fiquei muito chateado (com a demissão da Telemar). Alguém disse a um jornal que eu ‘levava a alma para o escritório’ e levava mesmo. Os analistas do mercado financeiro estranharam a notícia, mas interpretaram corretamente a minha saída como uma questão política, de desavenças entre o CEO e o conselho, e as ações da Telemar tiveram uma leve queda de 2% no pregão seguinte. O balanço estava no azul, o turnaround estava acontecendo, a equipe estava motivada. A revista Exame escreveu que ‘a gestão de Silva a transformou na mais eficiente do setor’. Algumas das manchetes do dia seguinte mostram o impacto da decisão: ‘Manoel Horácio é afastado da presidência da Telemar - Executivo nega ida para a Vale: ‘Estou desempregado’ e “Presidente da Telemar é afastado do cargo - Executivo reergueu a empresa”. Houve muita especulação pública sobre os motivos da minha demissão. A Gazeta Mercantil, citando uma fonte anônima, foi a que chegou mais perto do motivo real: “Eles (os acionistas) traçaram uma estratégia de crescimento para seus negócios que era incompatível com as necessidades da Telemar”.



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